terça-feira, setembro 30, 2003

SOPHIA MELLO BREYNER ANDRESEN


PARQUE DOS POETAS - OEIRAS - 2003

RÁDIO IF

RÁDIO DA SEMANA: Rádio IF



Dedicada ao Francisco Amaral

 
Entre outras, as seguintes canções:

God Only Knows --> The Beach Boys

As Tears Go By --> Marianne Faithfull

Chega de Saudade (No More Blues) --> Tom Jobim

I Go to Sleep --> The Pretenders

Knockin' on Heaven's Door --> Bob Dylan

Love Street --> The Doors

Lovely Head --> Goldfrapp

My Prayer --> The Platters

Round About Midnight --> Chet Baker /Gotan Project

Tour De France 2003 (Radio Remix) --> Kraftwerk

Video Killed The Radio Star --> The Buggles

Walk On The Wild Side --> Lou Reed

ZOO LISBOA

Afinal a história não é como o "jornalista" da RTP queria que fosse...

COMUNICADO DO JARDIM ZOOLÓGICO

"Transmitiu o Primeiro Canal da RTP, no passado dia 22, pelas 23 horas, um programa denominado "Crime na Arca de Noé" onde, relativamente a esta Instituição de Utilidade Pública, foram proferidas afirmações extremamente graves, à mistura com insinuações não menos graves.

Insinuações e afirmações efectuadas em termos delas se retirarem imediata e instintivamente conclusões falsas.

Mas vamos aos factos:

1º - O Jardim Zoológico de Lisboa nunca fez nem faz tráfico de quaisquer animais;

2º - O Jardim Zoológico de Lisboa nunca agiu ou actuou motivado pela obtenção de lucros através dos animais: pelo contrário, tudo o que o ZOO fez e faz foi pelos e para os animais, sua razão de ser;

3º - O Jardim Zoológico de Lisboa é membro activo de todos os organismos internacionais de protecção dos animais, cumprindo rigorosamente todas as suas normas tendo sido sempre o primeiro a combater e a procurar nacional e internacionalmente meios que combatam este tipo de actuação;

4º - O Jardim Zoológico de Lisboa dispõe de cerca de 400 espécies diferentes de animais, procurando proporcionar cada vez melhores condições de habitat aos mais de 2000 animais existentes nas suas instalações;

5º - O Jardim Zoológico de Lisboa tem cerca de 300 colaboradores que com a maior dedicação, a maior sensibilidade e o melhor carinho trabalham diariamente a favor e para o parque animal existente;

6º - O Jardim Zoológico de Lisboa tem cedido, aos parques zoológicos existentes no país, como no estrangeiro, animais que lhe são solicitados, quando tem em excesso, de acordo com planos de reprodução previamente estudados;

7º - O Jardim Zoológico de Lisboa não vendeu animais ao Sr. Joaquim Henriqueta Júnior, como se afirma naquele programa.

O Jardim Zoológico de Lisboa, a exemplo do que faz com outros Parques, cedeu animais ao Parque Zoológico da Batalha, nos Açores. No referido programa exibe-se uma factura do ZOO, no valor de 1.700 contos, mas, intencional e lamentavelmente, esconde-se que essa factura foi passada ao Parque Zoológico da Batalha e não ao Sr. Joaquim Henriqueta Júnior, como se afirmou e se induziu os telespectadores a concluir.

Mais.

8º - O Jardim Zoológico de Lisboa, antes desta cedência àquele Parque, fez contactos prévios com a Direcção Geral de Pecuária dos Açores no sentido de confirmar, através deste organismo oficial, não só a existência do Parque Zoológico da Batalha como também se o mesmo dispunha de condições para receber os animais em causa;
O que efectivamente foi confirmado.

Mais.

9º - O Jardim Zoológico de Lisboa comunicou ao Instituto de Conservação da Natureza que o Parque Zoológico da Batalha (Açores) havia adquirido os referidos animais;

10º - O Jardim Zoológico de Lisboa, no cumprimento da lei, facturou o valor dos animais e fê-lo incluir nas suas contas. Não escondeu, não omitiu, não camuflou uma operação válida e legal, perante a legislação vigente

11º - O Jardim Zoológico de Lisboa, em mais de 119 anos de existência, nunca distribuiu um rei, um escudo ou um euro a quem quer que fosse: o Jardim Zoológico de Lisboa limita-se a pagar aos seus colaboradores os respectivos salários, modestos por sinal.

12º - O Jardim Zoológico de Lisboa vive dos seus visitantes mas também e fundamentalmente da compreensão e boa vontade dos seus Amigos, das Empresas que o apoiam, dos Mecenas que o amparam;

13º - O programa "Crime na Arca de Noé" ofende e viola a dignidade do Jardim Zoológico, dos seus colaboradores e dos seus dirigentes.

As afirmações, as insinuações e as conclusões fáceis que revela, as misturas a que procede, constituem actos altamente lesivos dos interesses que o Jardim Zoológico de Lisboa prossegue.

14º - O referido programa, por intenções que se ignoram ou por critérios que se lamentam, quis, deliberadamente, misturar o Jardim Zoológico de Lisboa com tráfico de animais, com dinheiro fácil, com perspectivas de lucros imediatos e chorudos, colocando no mesmo saco pessoas sem quaisquer preocupações com o bem estar, a conservação e preservação dos animais e das espécies com aquelas que fazem destes objectivos a razão da sua existência.

15º - O programa provocou uma onda de indignação, tendo o Jardim Zoológico de Lisboa recebido inúmeras comunicações, repudiando que pudesse agir da forma como esse programa dava a entender.
A injustiça, a inverdade e a infundamentação do programa, no que ao Jardim Zoológico de Lisboa diz respeito, são tão graves que impõem que esta centenária Instituição não só publicamente o repudie como também exija que se distinga o trigo do joio, isto é, que se separem, distingam e isolem os sacos.

16º - O que nos Açores foi feito aos animais é inqualificável, é lamentável.

Ainda bem que se fez a sua divulgação e ainda bem que se procura acabar com este tipo de actuação.
Agora, misturar as imagens desses factos lamentáveis com referências ao Jardim Zoológico de Lisboa, misturá-las com tráfego de animais, colocando o Jardim Zoológico de Lisboa no meio de hediondas actuações, constitui uma forma indigna de manipular a imagem desta Instituição, que se repercutirá, naturalmente, nas pessoas que o procuram nos amigos e empresas que o patrocinam.

Forma indigna, injuriosa e difamatória de considerar quem dedicadamente faz da protecção dos animais a razão do seu trabalho diário."

O Jardim Zoológico e de Aclimação em Portugal é uma instituição centenária de utilidade pública, detentora da Medalha de Ouro da cidade de Lisboa e membro honorário da Ordem de Benemerência, que não aceita, nem entende a manipulação de certas entrevistas com o único objectivo de destruir, em poucos minutos, o que muitos e em muito tempo, tão arduamente trabalharam – A Conservação das Espécies.
Achamos lamentável que este tipo de situações aconteçam, pondo em risco toda a dedicação, imagem e trabalho para a Conservação no nosso País.

Achamos, também, que este é um comunicado que obrigatoriamente teria que ser feito para esclarecer todos aqueles que possam ter acreditado em tais afirmações.

"No final,
Só vamos conservar aquilo que amarmos
Só vamos amar aquilo que compreendermos
Só vamos compreender aquilo que nos ensinaram"
Baba Dioum (Conservacionista Senegalês)

O Conselho de Administração

segunda-feira, setembro 29, 2003

O LIVRO DOS AMANTES I - NATÁLIA CORREIA

Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.

Natália Correia

A GOVERNANÇA SEM GOVERNO

Transcrevo aqui excelente artigo do Prof. José Adelino Maltez, publicado hoje no Diário Digital :

Dizem os manuais clássicos que existe crise política quando ninguém consegue responder com clarividência à pergunta sobre "quem manda?" ou "quem governa?".

Com efeito, neste Estado-Espectáculo a que chegámos, quem parece, e aparece, como aquele que governa, talvez não seja, afinal, quem efectivamente comanda os fios da trama do poder infra-estrutural.


CALDELAS


TERMAS DE CALDELAS - 2003

BLOG

Um novo blog, de um amigo de outras lutas, o João Tunes:

BOTA ACIMA

Tem todas as condições para rapidamente ser um dos melhores blogs portugueses. Um extracto de uma entrada recente (vão lá ler o texto todo; garanto-vos que vale a pena!):

FALTOU CORAGEM A LULA
..............................................................................................
Lula está de visita a Cuba a fazer negócios. Tudo bem. Tem esse direito e essa obrigação.
Lula parece ter consideração e respeito, ou mesmo amizade, por Fidel. É lá com ele. Cada um escolhe os seus amigos.
Parece que Lula tem dívidas a pagar a Fidel pelo apoio prestado ao PT. Compreende-se.
Mas, Lula, pelo seu passado e porque é Presidente de um país democrático e foi eleito democraticamente, devia ser contra todas as ditaduras. No mínimo, em nenhuma circunstância devia abdicar do comportamento democrático.

FORTALEZA DO GUINCHO

Publicidade gratuita ( nem todos os dias cá temos um chefe destes)

JANTAR DEGUSTAÇÃO NA FORTALEZA DO GUINCHO

O Hotel Fortaleza do Guincho, juntamente com Antoine Westermann, 3 estrelas no Guia Michelin e Maec le Ouedec têm o prazer de lhe propôr um jantar Degustação quinta-feira 2 de Outubro pelas 20.30.

Foie gras de Ganso trufado em crosta, geleia de nozes
Louis Roederer Brut Premier

Filete de Robalo ao vapor, Caviar Sevruga
Barão de B Reserva Branco 2001

Lavagante assado com maças, seu molho e salada de ervas
Cloudy Bay Sauvignon Blanc 2002

Pato Bravo assado, couve roxa com especiarias, puré de aipo com Cogumelos do Bosque
Hermitage La Chapelle 1992

Brioche caramelizado com cerveja, pêra assada com gelado de cerveja
Tokaji Oremus Aszú 5 Puttonyos

O preço do menu com vinhos incluídos é de 90 € por pessoa.

Consultem também o site Fortaleza do Guincho onde podem encontrar outros menus degustação habituais.

domingo, setembro 28, 2003

TANTA DESORIENTAÇÃO, TANTA DESORIENTAÇÃO...

"Manuel Monteiro já começou a dar sinais de que vai ter um discurso anti-sistema, anti-Europa, anti-EUA. É isso estar na extrema-direita. ... Uma boa maneira de o CDS se distanciar da Nova Democracia é mostrar que o CDS é verdadeiramente democrático." João Marques Almeida, prof. universitário, que tem participado em várias iniciativas do CDS

"A Nova Democracia parece o Deco face aos defesas centrais: quando pensam que vai aparecer pela direita, aparece pela esquerda; quando acham que vem pela esquerda, surge pela direita." António Lobo Xavier, dirigente do CDS

Então como é? Entendam-se! Com afirmações destas já se percebe porque o presidente do partido apela à entrada de quadros: é que com os (poucos) que lá tem, não vai a lado nenhum!

sexta-feira, setembro 26, 2003

COMEÇAR DE NOVO - IVAN LINS e VICTOR MARTINS

Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.

Ter me rebelado,
Ter me debatido.
Ter me machucado,
Ter sobrevivido.

Ter virado a mesa,
Ter me conhecido.
Ter virado o barco,
Ter me socorrido.

Começar de novo
E contar comigo,
Vai valer a pena
Ter amanhecido.

Sem as suas garras,
Sempre tão seguras.
Sem o teu fantasma,
Sem tua moldura.

Sem suas escoras,
Sem o teu domínio.
Sem tuas esporas,
Sem o teu fascínio.

Começar de novo,
E contar comigo,
Vai valer a pena
Já ter te esquecido.

Começar de novo...

Ivan Lins/Victor Martins

SEIS MESES


O FUMAÇAS completa hoje seis meses de existência e acaba aqui! .

Nestes seis meses, este blog teve quase 15.000 visitas, ultrapassando as minhas espectativas iniciais. Neste momento, o número de visitas diárias é cerca do dobro da média desses seis meses e cerca de cinco vezes a média do primeiro mês!

Vários problemas técnicos, cada vez mais frequentes, bem como alguns "black-outs" (que afectam mais de 95% dos blogs portugueses...) levaram à decisão de mudar de "casa".

Aproveitei também para fazer um rejuvenescimento do lay-out.

Obrigado a todos que têm incentivado o trabalho efectuado.

A aventura prossegue em: http://fumacas.weblog.com.pt

Tentei enviar um mail para aqueles que tinham links, mas face à taxa de devolução dos primeiros mails enviados, apelo aqui para que procedam à alteração do link. Obrigado.

LIBERTAÇÃO


Fui à praia, e vi nos limos
a nossa vida enredada:
ó meu amor, se fugimos,
ninguém saberá de nada.

Na esquina de cada rua,
uma sombra nos espreita,
e nos olhares se insinua,
de repente uma suspeita.

Fui ao campo, e vi os ramos
decepados e torcidos:
ó meu amor, se ficamos,
pobres dos nossos sentidos.

Hão-de transformar o mar
deste amor numa lagoa:
e de lodo hão-de a cercar,
porque o mundo não perdoa.

Em tudo vejo fronteiras,
fronteiras ao nosso amor.
Longe daqui, onde queiras,
a vida será maior.

Nem as esp'ranças do céu
me conseguem demover
Este amor é teu e meu:
só na terra o queremos ter.

David Mourão-Ferreira

EPICUR


Saíu o nº 36 desta prestigiada revista.

Realço o editorial de Alfredo Saramago. Eis um extracto:

"Gente como eu vive tempos difíceis. Disse uma vez, e volto a repetir, que, porque gosto de tauromaquia, de caça, de charutos, de bons vinhos, de boa comida e ainda por cima sou gordo, o que já não se usa, lançaram-me para um território onde são colocados os socialmente incorrectos. Claro que também gosto de literatura, de fotografia, de arquitectura, de poesia, faço mais quilómetros para ver exposições de pintura e ouvir concertos do que para ver touradas, mas isso não interessa.

O conceito que veio do politicamente correcto tomou conta de quase todas as manifestações do homem, dividindo-os, através de uma vulgata dualista e bacoca, entre homens correctos e incorrectos."


Para lerem o resto (e vale a pena...) bastam 4 euros! Até porque só tenho autorização para pequenos excertos. Aliás aproveito para agradecer a honrosa autorização concedida ao Fumaças, pela Administradora da revista, Julieta Cordas, Director Alfredo Saramago e Editor, Eduardo Miragaia.

Alguns outros motivos de interesse deste número são os vários artigos sobre caça (sob vários pontos de vista), o habitual painel de prova de puros, este mês dedicado aos charutos Avo e uma entrevista a Costa Martins, da Fábrica de Charutos Estrela de São Miguel, nos Açores.

Em breve falarei aqui do charuto escolhido pelo Costa Martins como sendo o rei dos charutos: o Robusto Estrela. Foi uma surpresa: compete com os cubanos!

quinta-feira, setembro 25, 2003



NENÚFAR - 2003
Foi instalado um link para o Citador .pt. Este site tem a particularidade de todos os dias disponibilizar uma citação de alguém célebre. A de hoje é:

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo"

Bernard Shaw
RÁDIOS

Colocadas as outras rádios para além da da semana no blog dos links, porque tornavam a entrada no blog muito lenta.

quarta-feira, setembro 24, 2003

SITES DIVERSOS

Acrescentada a Fundação Hispano Cubana, cuja declaração inicial é a seguinte:

La Fundación Hispano Cubana, nacida en la primavera de 1996, tiene como fin la promoción, fomento y desarrollo de los principios y valores de la libertad y la democracia en todo cuanto se refiere a las relaciones de España con Cuba y viceversa, sean éstas culturales, políticas, educativas, de formación, mercantiles, empresariales o de cualquier otra naturaleza.

La Fundación Hispano Cubana se propone mantener, fortalecer y desarrollar el vínculo histórico entre los pueblos de España y Cuba que se ha forjado durante más de cinco siglos de vida en común.

La tarea de realizar la Transición política a la democracia en Cuba corresponde a los cubanos. Pero en España y en América hay una amplia corriente de opinión que desea apoyar iniciativas que sirvan para la defensa de los derechos humanos y el restablecimiento de la libertad y la democracia en la Isla. A este espíritu responde la Fundación Hispano Cubana. Para ello la Fundación Hispano Cubana atendiendo al vínculo histórico referido, convoca, en torno a estos objetivos, a los más diversos sectores y líderes del exilio y de la disidencia interna de Cuba, conjuntamente con personalidades españolas del mundo de la cultura, de la empresa y de la política.

La Fundación Hispano Cubana desea recoger y canalizar las numerosas iniciativas y ayudas de asistencia que existen en España. Para ello el Patronato ha establecido la figura de "Amigo de la Fundación Hispano Cubana" como elemento a la vez de sostenimiento material de la Fundación y de acceso a toda una serie de servicios que la Fundación Hispano Cubana se propone facilitar a quienes colaboren en la consecución de los fines fundacionales.

La Fundación Hispano Cubana es una institución sin ánimo de lucro, inscrita en el Registro de Fundaciones Culturales del Ministerio de Educación y Cultura y que se financia principalmente con las aportaciones de los Patronos y de los Amigos de la Fundación.


Tem notícias, publicações (entre as quais a revista citada na entrada anterior) e muitos links de organizações cubanas.
QUERIAS, QUERIAS...

Não há nenhum editor português que edite um dos primeiros livros do Guilherme Cabrera Infante, escrito em inglês e traduzido mais recentemente para espanhol e português (no Brasil), que dá pelo nome de HOLY SMOKE?



A sinopse da edição brasileira:

Fumaça Pura é vários livros ao mesmo tempo: uma história do tabaco que começa com o seu descobrimento, em 1492, por um marinheiro da nau capitânia de Colombo, Rodrigo de Jerez; é também uma celebração do tabaco e do hábito de fumar essa estranha folha; e, finalmente, uma rapsódia tendo como centro o charuto, mas com espaço garantido para o cigarro, o cachimbo e o rapé. Além disso, Fumaça Pura é uma crônica erudita, mas divertida, da relação entre o charuto e o cinema. Não é por acaso que, na capa, aparece a figura de Groucho Marx. Este livro acende o charuto de Groucho para que se transforme em fogo puro, em fumo puro, em cinza pura.



E um magnífico texto de Ángel Rodríguez Abad, um dos tradutores do livro para espanhol (!):

PURO HUMO

G. Cabrera Infante
Madrid, Alfaguara 2000, 504 págs.

Holy Smoke es el único libro escrito por Cabrera Infante directamente en inglés, y fue publicado en Londres y Nueva York en 1985. Quince años después aparece Puro humo, su demorada traducción al español, que más que una versión puede calificarse de reescritura. En unas declaraciones a Rosa María Pereda, Cabrera cuenta que un joven profesor, Iñigo García Ureta me mandó un par de folios de prueba. Me pareció que podría hacerlo. Entre los dos hemos traducido el libro. Él, podríamos decir, rompió el libro al español. Yo, durante año y medio, he tomado el libro en mis manos y he reescrito una nueva versión. El autor subraya que Puro humo se debe leer como una obra escrita en español, y nos recuerda que vive en una isla de Gloucester Road, en un apartamento cubano en medio de una ciudad inglesa: En nuestra casa se habla en español, un español rodeado de inglés. En inglés están la televisión, los periódicos, las películas. En español la conversación, la mayor parte de los amigos. El español es el idioma de esta casa, una isla rodeada de inglés. El libro comenzó siendo un artículo para una revista norteamericana que al excederse de espacio se convertiría en un pequeño ensayo sobre el tabaco que acabaría siendo un libro sobre las obsesiones -y no sólo las que echan humo- de Cabrera. Es, sí, una historia del tabaco, su descubrimiento occidental por los españoles y su uso cada vez más amplio, sus variedades y la extensión de su cultivo y la universalización de la fuma. Se nos habla de todo lo que envuelve a la pasión y el rito del fumar: calidades y modos, satisfacciones varias, observaciones históricas, peculiaridades de los cigarrillos, del fumar en pipa y en especial del cigarro puro. Pero no se trata de un tratado aséptico, y el trato del conocedor es sobre todo literario, creador, voluta imperecedera él mismo. Los puros no son cigarrillos y no se fuman igual. No hay que aspirarlos, hay que saborearlos. No son para los labios, son para la boca y los dientes. Hay que dedicarles atención, no se les puede maltratar.
Ligado de manera indisoluble al humo aparece el cine, el reino perpetuo de la sala oscura y de las películas, a ser posible en blanco y negro y en inglés. Los puros, de hecho, son como el cine, un arte que es industria, una industria que hace arte. Como las películas, los puros son el material de que están hechos los sueños. Un libro de Cabrera Infante no podría ser de otra manera: Puro humo se mueve de Cuba en dirección al cine. Ahí es a donde van a parar todas mis cuitas. El doctor Pretorius confiesa al monstruo en La novia de Frankenstein que fumar es su único vicio. Para quienes tenemos como vicio principal el cine, este libro satisface con creces nuestra adicción con los pormenores, que son mayores, de su recorrido. Los iconos cinematográficos del siglo XX iluminan desde la pantalla unas páginas que son la memoria del espectador y voyeur. Un cigarrillo lánguido al final de la muñeca caída de Marlene Dietrich, la colilla ruda entre el índice y el pulgar de Bogart, el clima turbio de maldad en los clásicos de la serie negra como La Dama de Shanghai, Mr. Arkadin o Sed de mal. O bien Cary Grant sosteniendo con elegancia una pipa. Edward G. Robinson como el mejor fumador de puros de todo tiempo y lugar -de Perdición a Cayo Largo- o la pasión y perversión de Joseph Cotten a las órdenes de maestros como Orson Welles en Ciudadano Kane o Hitchcock en La sombra de una duda. También aparecen joyas del cine de hoy. Así, One from the Heart de Coppola. Con una muchacha Kinski doble de Marlene, joven Bergman, Lamarr lasciva, audaz Audrey: délfica, draga entre sus pechos con la mano para extraer un largo cigarrillo. Luego le pide lumbre a Frederic Forrest en la noche alumbrada de neón como si fuera de día de Las Vegas. Y tantas películas más en la lista de nunca acabar. Y Groucho siempre con un puro en la boca, ya desde la portada. Por qué tantas películas viejas, mi viejo? Porque aquellos que olvidan las películas del pasado están condenados a ver remakes.
Fumar es un placer; y un buen fumador, como un buen amante, siempre se toma su tiempo con su puro. La espiral del humo creará un palio vaporoso sobre la cabeza del fumador, con suerte la revelación de un firmamento fulgurante. Lo sagrado de la experiencia, la supervivencia que en el fumar de un tabaco hay de la religión y de la magia ancestrales ya lo puso por escrito otro cubano insigne, Fernando Ortiz, en su Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar: Por el fuego lento con que arde es como un rito expiatorio. Por el humo ascendente a los cielos parece una invocación espiritual. Por el aroma, que encanta más que el incienso, es un sahumerio de purificación. La sucia y tenue ceniza final es una sugestión funeraria de penitencia tardía. Lo cita Cabrera en la larga lista de textos comentados con los mejores humos que coronan este libro, que a estas alturas, se percibe como un ensayo de creación literaria: Ben Jonson, Daniel Defoe, Poe y Conrad, Stevenson, Dickens y Thackeray, Chejov y Mallarmé, Lewis Carroll, Conan Doyle, Raymond Chandler, Hemingway y Scott Fitzgerald, J. M. Barrie, -con el más espléndido título de todos los libros que fuman: My Lady Nicotine- y Jack London, Chesterton, Isak Dinesen, Lorca, Lezama Lima, Colette... todos los nombres que giran en la cabeza feliz del lector, del espectador, del fumador. ³Llamo felicidad a sentarme solo en el lobby de un viejo hotel después de una cena tardía, cuando se han apagado las luces de la entrada y solamente se distingue, desde mi cómoda butaca, al portero en su vigilia. Es entonces cuando fumo mi puro en paz, tranquilo en la oscuridad: lo que fue antaño una hoguera primitiva en el bosque, transformado ahora en las ascuas civilizadas que relucen en la noche como el faro del alma. Así reposa lo que Puro humo es: puro gozo, puro cine, pura vida.

Ángel Rodríguez Abad (artigo publicado na revista Hispano Cubana HC)
A importância do voto com os pés

Sob este título, colocou o João Miranda no Liberdade de Expressão, um comentário à entrada aqui escrita, em 22 de Setembro, sob o título "DEMOCRACIA?" (as ligações deixaram novamente de funcionar...).

Concordo totalmente sobre o facto de todos terem plena liberdade para o fazer. Faz parte das liberdades individuais.

O que eu critico é que seja uma pessoa com o passado de Saramago a fazê-lo! Está-se a contradizer, a fazer precisamente o contrário do que tem defendido.(Faz o que eu digo, não faças o que eu faço...)

Pedem-me um exemplo concreto? Há muitos. Posso indicar, um bem antigo: o "caso" Diário de Notícias. Saneamento de muitos que lá escreviam (o que nem sequer é igual a terem saído de livre vontade) e depois críticas devastadoras quando eles criaram um novo jornal. Mas há mais casos.

terça-feira, setembro 23, 2003

QUASE UM POEMA DE AMOR

Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor.
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza!
A nossa natureza
Lusitana
Tem essa humana
Graça
Feiticeira
De tornar de cristal
A mais sentimental
E baça
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo
E ninguém me deseje apaixonado,
Ou que a antiga paixão
Me mantenha calado
O coração
Num íntimo pudor,
--- Há muito tempo já que não escrevo um poema
De amor

Miguel Torga
RÁDIO DA SEMANA: Rádio SHINE - Brit Music

Entre outras, as seguintes canções:

Alright --> Supergrass

Bigmouth Strikes Again --> The Smiths

Don't Look Back In Anger --> Oasis

Fresh Feeling --> Eels

High And Dry --> Radiohead

Lovefool --> Cardigans

Sit Down --> James

True Faith --> New Order

You're Gorgeous --> Babybird



VERSÃO "INGLESA"

SMOKES
Cigars, Politics, Poetry, Pleasures

by João Fernandes Oak (hihihihihihi!)

SMOKES
"Out of intense complexities intense simplicities emerge."

Sir Winston Churchill (1874-1965)

segunda-feira, setembro 22, 2003

DEMOCRACIA?

Muito interessante o conceito de democracia de alguns: bastou perderem as eleições para a SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) para virem logo insinuar o lançamento de outra organização similar!

VERGÜENZA EN USTED, SEÑOR SARAMAGO
SITES CONSTELAÇÃO LIBERAL

Acrescentado o Partido da Frente Liberal, do Brasil:

PFL 25

O seu ideário:

O ideário do PFL é assim resumido:

1. O compromisso maior do Partido é com a liberdade, sob todas as suas formas. Combateremos, portanto, qualquer manifestação de autoritarismo ou restrição da liberdade.

2. Combateremos do mesmo modo, a centralização, doença crônica de nosso organismo político-administrativo, que não se coaduna com a dimensão, as diversidades e a urgência de nossos problemas.

3. A concentração de poder que, ao longo dos anos, se processou neste país, acabou por atingir gravemente a Federação, a independência dos Poderes e o dinamismo econômico e social. É imperioso iniciar, imediatamente, a reversão desse processo e restituir às Unidades Federadas a competência e os recursos progressivamente transferidos ao Governo Federal.

4. Impõe-se, sobretudo, libertar as imensas energias criadoras do homem brasileiro, historicamente sufocadas pelo centralismo e pelo estatismo. A par da descentralização, a grande revolução a realiza-se neste País é a da liberdade da iniciativa em todos os planos - no político, no social e no econômico. É preciso estimular, por todos os modos, a participação comunitária, abrindo-se oportunidade à fecunda manifestação de nossas diversidade.

5. O amplo processo de liberação inclui a proteção do cidadão contra a asfixia burocrática, o controle da voracidade fiscal e a contenção da interferência excessiva do Estado na atividade econômica. Consideramos, entretanto, que há problemas e desigualdades que não podem ser satisfatoriamente resolvidas pelo livre jogo das forças de mercado. Existe um espaço legítimo, inclusive na área social, para a atuação do Estado, o que não prejudica, antes preserva a liberdade.

6. Preocupa-nos o crescimento descontrolado da atividade empresarial do Estado, que transbordou consideravelmente dos limites de sua necessidade. Mas, a desestatização, onde se impuser, há de se fazer sem desnacionalização, mediante o fortalecimento da empresa privada nacional. As empresas estatais deverão sempre estar sob adequada fiscalização da sociedade.

7. Afirmamos a prevalência do interesse social sobre o individual. Mas, na visão humanística que informa o nosso ideário, o destinatário final de toda a atividade social é o homem, protegido em sua liberdade, dignidade e integridade. O desenvolvimento que pregamos há de se fazer, portanto, a serviço do homem. Rejeitamos qualquer proposta de desenvolvimento que transfira para um futuro distante e indefinido a redução das desigualdades sociais.

8. O Partido se compromete com mudança. Uma Nação cuja população, em sua grande maioria, ainda padece de carências essenciais no campo de alimentação, saúde, educação e habitação, é certamente uma Nação em que há muitas coisas para mudar, sem prejuízo do muito que é necessário preservar. O povo brasileiro reclama reformas essenciais e, a seu lado, lutaremos para alcançá-las por meios pacíficos, mas sem transigências que retardem ou impeçam torná-las realidade.

9. Reafirmamos nossa integral fidelidade ao interesse nacional, como fazem todos os países que adquiriram suficiente consciência desse interesse. Consideramos extremamente importante preservar nossa identidade e nossa cultura, manter sob controle nacional o progresso de desenvolvimento e buscar a redução progressiva de nossa dependência do exterior, inclusive e especialmente no campo tecnológico. Manteremos, todavia, nossas janelas abertas para o mundo, onde a interdependência tende a aumentar e o isolacionismo tende a desaparecer.

10. O desenvolvimento nacional é uma necessidade imperiosa e constitui, entre nós, aspiração generalizada, além de poderosa fonte de motivação. O brasileiro rejeita qualquer tipo de estagnação ou recessão. Como país soberano e cioso de suas responsabilidades, o Brasil não poderá tolerar nenhum tipo de pressão ou imposição capaz de por em risco o seu futuro, o seu desenvolvimento, a paz social e a garantia de oportunidades de trabalho para os seus filhos. Lutaremos para garantir aos trabalhadores, liberdade de organização, remuneração justa, alimentação, previdência social, assistência médica, lazer, habitação condigna, proteção contra o desemprego, e demais condições necessárias à humanização da vida no trabalho. Lutaremos igualmente para a atenuação dos desequilíbrios regionais de desenvolvimento. O Nordeste é prioridade nacional.

11. Governar é atividade essencialmente ética. A confiança, a credibilidade e a participação constituem preliminares indispensáveis ao êxito da ação governamental. O Partido assume um compromisso claro com o restabelecimento dessas precondições e com a rigorosa observância das normas de austeridade e honestidade no trato dos assuntos políticos.

12. Plural, democrático e aberto, o Partido da Frente Liberal lutará pelas eleições diretas e para dotar o País de uma nova Constituição, que consolide as instituições democráticas e consagre as mudanças reclamadas.
DIA EUROPEU SEM CARROS

Para quê?

Para nos outros dias, ficar tudo na mesma?

Para haver absentismo elevado nesse dia, como ocorreu há três anos atrás?

É necessário é melhorar os transportes existentes, sem folclores desnecessários, que só descredibilizam quem os fomenta!

Pergunta sem resposta:

QUAL A PERCENTAGEM DO PIB QUE ARDEU?


TELEFÉRICO - PARQUE DAS NAÇÕES - LISBOA - 2003

domingo, setembro 21, 2003

NÃO ME IMPORTO COM AS RIMAS

Não me importo com as rimas. Raras vezes
Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra.
Penso e escrevo como as flores têm cor
Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me
Porque me falta a simplicidade divina
De ser todo só o meu exterior

Olho e comovo-me,
Comovo-me como a água corre quando o chão é inclinado,
E a minha poesia é natural como o levantar-se vento...

Alberto Caeiro

sexta-feira, setembro 19, 2003

RECEITA

Cogumelos recheados
(para quatro pessoas)

8 cogumelos grandes

50 g. de manteiga

1 fatia de pão

1 colher de sopa de salsa picada

1 dente de alho picado fino

2 alhos franceses picados (ou o equivalente em cebola)

4 colheres de sopa de vinho branco

Retira-se os pés dos cogumelos e pica-se bem miúdo. Derrete-se metade da manteiga e frita-se as partes de cima dos cogumelos até alourar (cerca de cinco minutos). Reserva-se.

Deixa-se o pão de molho em água por alguns minutos, espremendo-se em seguida toda a água.

Na manteiga restante frita-se os pés dos cogumelos, a salsa, o alho e os alhos franceses por cinco minutos.

Tempera-se com sal e pimenta a gosto e acrescenta-se o vinho, aumentando o fogo e deixando cozinhar por mais dois minutos. Mistura-se com o pão.

Coloca-se as partes de cima numa travessa de ir ao forno e enche-se com a mistura. Leva-se a assar em forno moderado, preaquecido, cerca de vinte minutos.

Receita do livro (A JUSTA MEDIDA) do Luis Ene.
BLOGS

Começam as transferências do "tudo ao molho...":

VÍTIMA DA CRISE : diário de um desempregado, que vai descrevendo as peripécias da busca de trabalho. Só posso dizer que com a qualidade com que escreve e a ponderação que demonstra, merecia rapidamente encontrar algo. Atenção bloggers empresários!

Zek's Blog Blog francês, liberal puro e duro, o seu autor é habitual interveniente do site liberaux.org já anteriormente aqui citado e linkado.

BALAGAN Blog israelita, escrito (em inglês) por uma rapariga de origem brasileira. Muito interessante para ver o ponto de vista de quem vive no meio do terror (quase) permanente.

Faccioso Opinião política desenvolvida e fundamentada, apesar de, como diz a descrição, por vezes políticamente incorrecto. É destes que eu gosto! Passa directamente para os "Primos Direitos".
BLOGS

Uma inteligente sátira ao blog de que o Pacheco Pereira fala quase todos os dias:

MAIS OU MENOS MENTIROSO
ANTI-VÍRUS (act.)

Colocado um anti-vírus que funciona on-line, que podem fazer correr, bem como reparadores para os vírus mais na moda. É claro que como não há almoços grátis vão-vos ser propostas newsletters e versões profissionais e é necessária inscrição. Mas vale a pena, para quem não tenha nada instalado.

O Link é no blog dos links, sendo o acesso do lado direito, igual a este:

SITES DIVERSOS, ÍNDICE E ANTI-VÍRUS carregue aqui
SITES CRIANÇAS

Acrescentado o parque de Madrid da Warner Bros.

Este parque de diversões, para pequenos e graúdos, tem cinco áreas: super heróis, estúdios, old west, cartoon village e hollywood boulevard; cada uma destas áreas com atracções, espectáculos, restaurantes e lojas.

De notar que cada actividade tem no site uma pequena animação ou fotos ou descrição.

Também são explicados a localização e acessos, bem como indicados no site os dias de abertura e horários. Entradas a partir de 24 euros (12 a 60 anos) e 18 euros (5 a 11 anos e acima 60).

quinta-feira, setembro 18, 2003


QUANDO EU NASCI

Quando eu nasci,
Ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
Nem o Sol escureceu,
Nem houve Estrelas a mais...
Somente,
Esquecida das dores,
A minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
Não houve nada de novo
Senão eu.
As nuvens não se espantaram,
Não enlouqueceu ninguém...

P'ra que o dia fosse enorme,
Bastava
Toda a ternura que olhava
Nos olhos de minha Mãe...

Sebastião da Gama
ÍNDICE

Começou a ser contruído um índice, com todas as entradas (posts). Aos poucos e poucos vão ser acrescentados os dias anteriores. Está no lado direito, junto com a listagem de sites. Basta clicar e terão, noutro blog, do lado esquerdo os sites e do lado direito o índice. Clicando em qualquer assunto deste, serão direccionados para a entrada correspondente.

Prazo de conclusão da obra: 3 meses.
BLOG

Descoberto via CIDADÃO LIVRE este blog, que para além da elevada qualidade, tem a palavra final sobre o vírus humano:

Cidadão do Mundo
SITES BD

Acrescentados os seguintes sites do Gaston Lagaffe:

Gaston Lagaffe - site oficial: Albuns, jogos, e-cards, fundos de ecran e até receitas de culinária (!).



Tout Gaston Lagaffe (ou presque) : Um excelente site (poderia ser melhor que o oficial), que infelizmente ficou pelo caminho, estando sem actualizações há três anos. Mesmo assim, vale a pena, com muitas imagens e a história pormenorizada dos seis primeiros meses de existência do Gaston no Journal de Spirou. Também tem uma excelente secção de links, de que se recomenda a exploração.

SITES BOLSA

Acrescentado o reformulado nextBolsa , que tem como pontos fortes as análises (de DayTrade) da Espirito Santo Dealer e a documentação a que se pode aceder.

quarta-feira, setembro 17, 2003

AVISO

Para que depois ninguém se queixe...

O VÍRUS HUMANO (?)

Este blog foi atacado por um vírus humano, que pretende ser Director de Operações de Sistemas numa empresa, mas que faz comentários como os que se seguem. Isto até é engraçado, desde que não se exagere, como acaba por acontecer:

"Pode-me dizer como faco para por um comentario no meu blog?"

Comentário ao post A MUDANÇA DA HORA: "Quais os melhores charutos na sua opinião? "

Comentários aos poemas: "Gosto muito de cultura." e "Lindo, este poema é simplesmente belo."

Comentário à foto com o título "POR DO SOL - PEDRÓGÃO GRANDE - 2003": "Linda imagem. Onde fica?"

Já vi que este género de comentários profundos estão também noutros blogs, tentando fazer publicidade a um blog mal escrito e cheio de alarvidades.

Mas muito mais grave é o caso que nos é relatado pelo blog a formiga de langton , num post datado de 17 de Setembro, 1:48 AM, , com o título "Inqualificável".
A MUDANÇA DA HORA

Este Governo prepara-se para colocar o país com a hora "europeia". Assim sendo, muitos dias amanhecerá apenas por volta das 9 horas e a seguir ao jantar poderemos assistir ao pôr do sol!

É enterrada assim uma das poucas medidas de jeito do Governo Guterres, que quando chegou ao poder acabou com esta aberração!

Sendo um dos principais argumentos o facilitar os negócios com o resto da Europa, dado que as empresas passariam a estar em funcionamento mais ou menos à mesma hora, sugiro que se opte antes pela hora brasileira: é com esta país que temos mais trocas comerciais!
O SISTEMA ELEITORAL

O desafio lançado pelo catalaxia, foi respondido por vários blogs. Tanto quanto me apercebi, pelos Catolico e de Direita, De Direita, Arte de Opinar!, Faccioso, EpiCurtas, O COMPLOT, Veto Politico e Ai Jasus !.

Primeira constatação: quase todos de direita e liberais. Será que o tema não interessa aos outros?

Uma quase unanimidade relativamente a que qualquer outro sistema será preferível ao actual método de Hondt!

No entanto, há muitas dúvidas da parte de quem exprimiu as suas opiniões sobre se os círculos uninominais serão a melhor solução.

Quanto a mim, estes afastariam mais os deputados das ordens dos partidos pelos quais foram eleitos, o que comparado com o que se passa actualmente, só pode ser positivo.

Aceito que os círculos uninominais possam levar a uma tentação de sobrepor os interesses locais aos nacionais, mas mesmo esse tipo de situação seria transitório, não podendo durar indefinidamente, dado que os diversos deputados teriam de acabar por se entender, emergindo naturalmente um equilíbrio entre os interesses locais e nacionais.

Quanto à ideia do Tyler do EpiCurtas de que os círculos uninominais levam a um bipartidarismo, só posso dizer que não concordo com ela: sempre achei (e continuo a fazê-lo) que os partidos mais pequenos têm hipóteses de eleger candidatos em círculos uninominais desde que apresentem à votação pessoas de reconhecido prestígio e capacidade.

No entanto, como também penso que qualquer método será melhor que o actual, não me repugna a existência simultânea de círculos uninominais e de um círculo eleitoral único a nível nacional.

Por fim, só mais uma nota, para concordar com aquilo que disse o Câmara de O COMPLOT : são os maiores partidos os que têm menos interesse em mudar.
Obrigado ao Pedro Mexia , pela inclusão do Fumaças na lista dos blogs conservadores, liberais e afins.

"Quero deixar, aliás, uma lista exemplificativa de blogs conservadores, liberais e afins. Nem todos são essencialmente sobre política, nem todos assumem uma atitude militante, e nem todos têm as mesmas opiniões sobre certos assuntos, mas são todos blogs que de algum modo combatem a hegemonia cultural da esquerda."

terça-feira, setembro 16, 2003

Parabéns ao Manuel Freire e que faça uma boa limpeza...

PEDRA FILOSOFAL

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão
SITES MÚSICA

Agora que se aproxima o dia do concerto em Portugal...

Quem se inscrever como membro, tem acesso a mais de 40 vídeos. Para a inscrição, basta ter um bilhete desta digressão (por acaso ainda não inclui o concerto de Coimbra, que foi acrescentado à última da hora) ou proceder à inscrição após o fim desta digressão (palpita-me que será a pagar).

Rolling Stones

E o fan club europeu:

It's Only Rock'n Roll
ESPECTACULAR

De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, nao ipomtra a odrem plea qaul as lrteas de uma plravaa etaso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo.

O rseto pdoe ser uma ttaol csãofnuo que vcoe pdoe anida ler sem gnderas pobrlmea. Itso é poqrue nós nao lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.

Cosiruo não?
LEVE

Leve, leve, muito leve,
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.

Alberto Caeiro


POR DO SOL - PEDRÓGÃO GRANDE - 2003
CORREIO

Anunciado um novo blog, que diz ser o melhor do mundo. Pelo menos é dos mais corrosivos que conheço: Leopardos das Estepes.

Um mail do João Tunes oferecendo um texto escrito por ele ( e que já foi aqui publicado). Obrigado e pode contar comigo para o ajudar na construção do seu blog.

Vários mails do Nuno P. do JANELA PARA O RIO, propondo diversas sondagens, sempre muito oportunas. Também propôs uma discussão sobre a relação entre política e religião, cujas principais conclusões já publicou. Sem dúvida que o Janela para o Rio já conquistou um lugar entre os melhores blogs portugueses.

Obrigado ao António Dias pelas suas gentis palavras. Tal como o Victor, fico a aguardar o seu blog.

Em breve o resto das respostas ( e é já só uma semana por responder!)

segunda-feira, setembro 15, 2003

OBRIGADO, MATA-MOUROS

Sabe sempre bem ganhar um destes prémios!

Prémio Especial do júri
Melhor Evocação: a do 11 de Setembro, no Fumaças;

# posted by CAA @ 00:42
SITES VINHOS

Vinhos do Alentejo

Um site muito completo, com uma descrição muito pormenorizada do Alentejo, história da vitivinicultura, castas da região, vinhos, produtores e gastronomia.

Mais de duas centenas e meia de fichas sobre os vinhos.

E também informação sobre as três rotas do vinho existentes no Alentejo.



Esporão Garrafeira Tinto

Caracterização:

Límpido, cor granada. Aroma fino e elegante, com notas de frutos secos e madeira. Vinho com um sabor complexo e profundo, bem equilibrado, com uma boa estrutura de taninos.

Produtor:

FINAGRA, S.A.

Designação:

Denominação de Origem Controlada (DOC)




Rota Histórica
ECCE ESPAÑA

Dicen que España está españolizada,
mejor diría, si yo español no fuera,
que, lo mismo por dentro que por fuera,
lo que está España es como amortajada.

Por tan raro disfraz equivocada,
viva y muerta a la vez de esa manera,
se encuentra de sí misma prisionera
y furiosa de estar ensimismada.

Ni grande ni pequeña, sin medida,
enorme en el afán de su entereza,
única siempre pero nunca unida;
de quijotesca en quijotesca empresa,
por tan entera como tan partida,
se sueña libre y se despierta presa.

José Bergamín
RÁDIO DA SEMANA: Rádio Hino

Entre outras, as seguintes canções:

As Time Goes By --> Bryan Ferry

Bairro do Amor --> Jorge Palma

Cocaine --> J. J. Cale

Dieu Fumeur De Havanes --> Serge Gainsbourg

Fascinação --> Elis Regina

Hasta Siempre Comandante Che Guevara --> Carlos Puebla Y Sus Tradicionales

India --> Gal Costa

Lay Down (Candles in the Rain) --> Melanie (Safka)

Le Déserteur --> Boris Vian

New Year's Day --> U2

O Sole Mio --> Enrico Caruso

Poetas Andaluces --> Aguaviva

That Ole Devil Called Love --> Alison Moyet

We Are The Champions --> Queen

What A Wonderful World --> Louis Armstrong
CHARUTOS

Começa hoje a ser publicado um estudo comparativo entre os preços dos melhores charutos cubanos em Portugal, Espanha e mais outros três países europeus.

Os preços indicados estão em euros excepto quando conste o simbolo de outra moeda (a vermelho).

Este estudo está baseado nos preços que são publicados pelas revistas EPICUR (Portugal) e L'AMATEUR DE CIGARE / HAVANOSCOPE.

O critério de escolha é considerar só os charutos melhor pontuados no rankink do Havanoscope, começando pelas marcas mais conceituadas, segundo a classificação oficial cubana (a célebre pirâmide).

domingo, setembro 14, 2003

Por norma, costumo reservar os assuntos desportivos para o Bola Verde. Mas hoje não posso deixar de prestar também aqui a minha homenagem a um grande sportinguista ontem falecido:

ADEUS, CAMPEÃO


Vítor Damas 1947-2003

Repesco aqui uma pequena história que contei em Maio quando o Vítor Damas foi homenageado pelo Sporting:

Tinha cerca de 9 anos. A minha mãe à hora do costume, mandou-me para a cama. Tentei resistir, mas lá acabei por obedecer.

Passados uns minutos, levantei-me e liguei um pequeno transistor que tinha no quarto, para ouvir o relato. Já nem me lembro como acabou o jogo. Só que o Sporting fez um resultado idêntico ao da primeira mão dessa (meia-final?) da Taça das Taças, pelo que no conjunto Glasgow Rangers e Sporting ficaram com o mesmo número de golos.

Terminado o jogo, o árbitro mandou marcar pontapés da marca da grande penalidade, para desempatar. E nessa decerto memorável noite para quem assistiu ao jogo, o grande VÍTOR DAMAS defendeu três penalidades! A cada uma eu dava pulos de contentamento, tentando ao mesmo tempo fazer o mínimo de barulho (já devia ser cerca de meia noite!). Foi uma grande alegria.

O pior, viria na manhã seguinte: descobrir que momentos após o jogo, o árbitro alertado para a mudança das regras das competições europeias, que ele desconhecia, atribuiu a vitória ao clube escocês, por ter marcado maior número de golos fora!

sexta-feira, setembro 12, 2003

Dado que tem havido um acréscimo de leitores, relembro uma "regra" da casa:

SÁBADO

Ao sábado é o dia de descanso semanal do Fumaças. Salvo excepção que justifique, não haverá mensagens nesse dia. Abraços e desejos de bom fim de semana para todos.
LINKS SITES

Para quem não conhece, os links para sites estão à parte; a entrada é do lado direito numa área idêntica a esta:


SITES DIVERSOS carregue aqui
OS PASTORES DE VÍRGILIO

Os pastores de Virgílio tocavam avenas e outras cousas
E cantavam de amor literariamente.
(Depois — eu nunca li Virgílio.
Para que o havia eu de ler?)

Mas os pastores de Virgílio, coitados, são Virgílio,
E a Natureza é bela e antiga.

Alberto Caeiro
BLOGS

Acrescentada meia centena (!) de blogs, na secção (nova) TUDO AO MOLHO E FÉ EM DEUS. Ficarão lá a marinar até serem transferidos para outra secção (ou deitados para o lixo). Se merecerem a transferência serão alvo de post.
BLOGS DE 11 SETEMBRO 2003

Sem querer ser exaustivo e pedindo desde já desculpa aos que foram omitidos, alguns extractos do que se escreveu nalguns blogs e respectivos sistemas de comentário.


jcd em Jaquinzinhos :

9-11


Twin Towers, Nova York, Abril de 1997


Sara Santos Costa in comentário em Arte de Opinar ! :

Por todos aqueles que morreram vítimas de ataques de terrorismo em qualquer parte do Mundo, “Requiescat in pacem”.

MORS-AMOR

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável mas plácido no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz "Eu sou a morte",
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor".

Antero de Quental



CAA no MATA-MOUROS :

Nem mais!
Nos dias que se seguiram ao 11 de Setembro, andei a vaguear nalguns chats da net (ainda não existiam blogues) que comentavam o atentado. Li coisas extraordinárias. Sobre as causas económicas, sociais, históricas, morais e outras, que teriam provocado o terrorismo. Lembrei-me disso, hoje, quando fiz algumas visitas a certos blogues esquerdistas. Voltei-me a lembrar quando fui agredido ao ouvir na TSF mais um conjunto de enormes dislates por parte daquele Sr. Goulão, uma verdadeira tragédia da comunicação social portuguesa (?).
É que a minha recordação mais viva desses diálogos cibernautas foi um longo texto explicativo e justificativo das "razões" da Al-Qaeda e do terrorismo palestiniano, mas que logo foi seguido de um comentário seco, mas certeiro, de alguém: quando os aviões chocaram com as torres, devias era estar lá dentro, tu e a tua família, meu grande c...!
Hoje apeteceu-me dizer isso a muita gente...



Alexandre Inagaki em Pensar enlouquece. Pense nisto. :

Ao final daquele 11 de setembro de 2001, três minhocas perambulavam macambúzias em meu cérebro: Apreensão, Perplexidade e Tristeza. Meu desconsolo maior estava em saber que, ao contrário da Guerra dos Mundos do programa de rádio de Orson Welles, as cenas que eu vira foram 100% reais. Naquele dia, a realidade goleara Hollywood por quatro aviões a zero.


FMS em NO QUINTO DOS IMPERIOS :

MEMÓRIA: Tremo só de ler a data ali em cima. Aquele almoço rotineiro em família numa Terça-Feira em que tudo mudou. Não me apetece escrever sobre isso no blog. Aqui, onde tudo é um jogo de parada e resposta, a polémica é senhora. Há argumentos para tudo. Só que nesta questão, como em todas as questões absolutamente lineares, quem quiser refutar o óbvio só tem o caminho do grotesco. Ou seja, qualquer comentário que eu faça acerca do 11 de Setembro, terá a resposta que eu já conheço: uma tese que mete condescendência e root causes , que mete Bush e Bin Laden no mesmo saco, que mete poréns e contudos depois das condenações. Mas que, acima de tudo, mete nojo.


migalhas em A Origem do Amor :

Hoje, só um post

Há dois anos atrás, biliões de pessoas em todo o mundo disseram: amo-te



Carla de O Direito de Sonhar :

Two years ago on this day, the sky was exactly the same. It was a shade of pure blue, breezy and beautiful. You know how people say that time heals all? It doesn't. It only makes reality clearer, it opens up further wounds that never closed. Two years later, it still hurts.

New Jersey lost 700 people on September 11, 2001. God Bless NY, NJ, PA, and DC.



Rui do catalaxia :

Dois anos após o 11 de Setembro, o mundo não estará mais seguro. Mas poderia estar seguramente muito mais perigoso.


NunoP da JANELA PARA O RIO :

WE SHALL NOT FORGET
Passam hoje 2 anos sobre a maior catástrofe do mundo moderno do Pós 2ª Guerra Mundial, o atentado contra as Torres Gémeas de Nova Iorque, o bárbaro ataque à sociedade ocidental perpetrado por um infame grupo de fundamentalistas islâmicos, liderados por Osama Bin Laden e organizados sob a designação de Al-Qaeda.
É preciso recordar e relembrar o que passaram os americanos, de cada vez que levantamos a voz crítica sobre a sua forma actual de ver o mundo. Infelizmente, foram eles que sofreram directamente os efeitos da Nova Ordem Mundial pós Guerra Fria. Mas não são apenas americanas as vítimas, é preciso lembrar que o alvo foi aquele que era provavelmente o maior símbolo da globalização, onde trabalhava gente de praticamente todas as nacionalidades.
No entanto, é fácil e cómodo estar aqui na Europa a fazer análises elaboradas e críticas, quando todo o sofrimento se passou longe daqui.
Não pretendo desta forma desculpar a política externa americana, pretendo sim justificar o apoio que obtém de um povo que presenciou o atentado.



Tudo menos política de -Tudo menos politica- :

-As torres-

A primeira vez que fui a Nova Iorque foi precisamente 6 meses antes do 11 de Setembro. Quando saímos do comboio em plena cidade, descemos na paragem do World Trade Center. Lembro-me de estar com o meu marido, primo e sogra e de abrirmos a porta e olharmos para cima, pasmados ( ou saloios, se quiserem ). Lembro-me de nos espantarmos com a altura das torres. Lembro-me de subirmos até lá acima.Lembro-me da paisagem.

Há precisamente um ano voltámos lá. As torres já não existem, a cidade tem espantosamente mais luz e recordo-me da sensação de passear pelas ruas e sentir que faltava qualquer coisa naquele contexto. Esta paisagem já não é a mesma coisa.



ANS de O Carimbo :

OS ATAQUES TERRORISTAS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001

Tinha decidido não escrever sobre o segundo aniversário dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001. No entanto, tenho estado a ver o documentário da CNN sobre o que se passou naquele dia (e durante os últimos dois anos) e não é possível ficar indiferente a tamanha brutalidade e violência.
Já há dois anos atrás, quando os ataques aconteceram, tinha sentido a mesma incredulidade. Pensei que, por já conhecer os factos e a violência das imagens, poderia agora assistir ao programa da CNN sem me emocionar. Puro engano. Parece que estou a assistir a tudo pela primeira vez. Não, minto. Estou consciente de já ter visto as imagens. Mas, na primeira vez que as vi, as explosões e a nuvem de pó causada pela queda do World Trade Center dominavam as imagens (que eu "via"). Agora é pior. Agora consigo ver os pormenores. Consigo ver as pessoas.
No início do programa pensei ser redundante a repetição de imagens tão violentas. Puro engano. Não é, nem nunca será redundante. São estas imagens que nos mostram as terríveis possibilidades do terrorismo. São estas imagens que nos lembram porque razão temos de combater o terrorismo. Temos apenas de ser cuidadosos e evitar repetir as imagens com demasiada frequência. Isso poderia gerar insensibilidade às imagens.
Só espero que muitos futuros terroristas suicidas possam ver este documentário. Talvez eles acabem por perceber que existem outros caminhos (pacíficos) para resolver os problemas, por mais desesperados que estes sejam.



masson do Almocreve das Petas :


A lo sonoro llega la muerte
como un zapato sin pie, como un traje sin hombre,
llega a golppear con un anillo sin piedras y sin dedo,
llega a gritar sin boca, sin lengua,
sin garganta,
Sin embargo sus pasos suenan
y su vestido suena, callado como un arbol.


[Solo la Muerte, Pablo Neruda]


Leonel Vicente em aaanumberone :

Passaram 2 anos…
Desde esse dia, ficámos a saber que não existem “regras de ética” que obstem ao massacre de inocentes.
Para que não seja esquecido

quinta-feira, setembro 11, 2003

Sept. 11 memorials set across the nation

Victims of 2001 attacks to be remembered

By Sara Kugler/Associated Press/New York

September 11, 2003

The thousands killed on Sept. 11 will be honored where they died and across the nation on the second anniversary of the terrorist attacks Thursday, with cities falling silent, names read aloud, wreaths laid and bells tolling for the dead.

Two years to the minute after hijackers crashed American Flight 11 into the World Trade Center's north tower, victims' relatives and dignitaries will pause in silence at ground zero. In Washington, President Bush will observe the 8:46 a.m. moment on the South Lawn of the White House.

At the trade center, on a stage near where the north tower once stood, 200 children will take turns reading the 2,792 names of people lost in the attack.

"I thought it would be a good way to honor my dad, and to honor the other people," said 11-year-old Madilynn Morris, who will recite 14 names, ending with her father, Seth Allan Morris.

......................................................................................................................

The trade center program -- similar to last year's three-hour memorial -- will include readings by family members, former Mayor Rudolph Giuliani, his successor, Michael Bloomberg, and the governors of New York and New Jersey. Following last year's practice, speeches will be limited.

A children's chorus will sing several songs, concluding the ceremony with "America the Beautiful." As the sun sets, two beams pointing skyward will be switched on, invoking the image of the twin towers.

When the children read the victims' names at ground zero, Madilynn Morris' mother hopes Americans are watching and paying attention to their young, solemn faces. Madilynn's 35-year-old father was among the 658 employees of the bond firm Cantor Fitzgerald who were killed the attack.

"Maybe people will think, 'That could have been my kid standing up there,' and we'll continue the fight against terrorism so another child doesn't have to lose a parent," Lynn Morris said.

Texto completo em : Tribune Star

SITES

Um dos melhores sobre o 11 de Setembro de 2001, descoberto via Merde in France, é este:

A Small Victory Tem dúzias de histórias sobre o 11 de Setembro, que podem ser lidas e/ou ouvidas!

Também tem muitos (bons) links, nomeadamente para alguns dos melhores sites sobre o assunto:

The September 11 Digital Archive , que procura preservar as memórias dos ataques de 11 de Setembro de 2001 e que tem um acordo de parceria com a Library of Congress.

September 11 News , que tem milhares de documentos sobre os acontecimentos, nomeadamente fotos, capas de jornais e revistas, reacções pelo mundo, etc e que fez um acompanhamento durante estes dois anos.

E há mais, muitos mais links. Vale a pena passar algum tempo a percorrê-los.
HOMENAGEM AOS POLÍCIAS DE N.Y.

NYPD 9/11 Tribute

Com esta, ficaram completas as histórias sobre os cinco portugueses que faleceram no ataque de 11 de Setembro de 2001, ao World Trade Center.

Mais uma vez, os seus nomes e idades:

Antonio Jose Carrusca Rodrigues, 36 anos

Manuel John da Mota, 43 anos

Carlos da Costa, 41 anos

Antonio Augusto Tomé Rocha, 34 anos

Joao Alberto da Fonseca Aguiar Jr., 30 anos
Antonio Jose Carrusca Rodrigues





Escrito por : Henrique Botequilha / VISÃO nº 446 20 Set. 2001 com Henrique Mano (em Nova Iorque), Luís Ribeiro, Miguel Carvalho e Paulo Pena

A esperança dos subterrâneos

António José Rodrigues, 36 anos, está desaparecido na área do WTC desde o dia do atentado. O seu primo, Jorge da Silva, 29, não tem autorização para lá chegar, mas dificilmente poderia acrescentar algo mais aos esforços das equipas de busca. Já foi aos hospitais, à Cruz Vermelha, a todos os locais onde pudesse recolher uma pista de Tozé, polícia na Port Authority (autoridade marítima) de Nova Iorque e New Jersey.

À hora dos atentados, Tozé está no seu posto, no terminal de autocarros,longe dali, na Rua 42. Recebe a ordem de acudir às vítimas e ajudar na evacuação das torres gémeas. Está tudo muito confuso. O fumo é cada vez mais intenso e é-lhe pedido para ir aos pisos subterrâneos, buscar máscaras e garrafas de oxigénio.

Quando desce, cai uma torre.

O facto de estar nos pisos subterrâneos pode ser uma vantagem. É que por baixo do WTC havia um mundo equivalente a sete andares. Pode estar encurralado, mas vivo, acredita Jorge da Silva.

Tozé é um emigrante tardio. Partiu para Nova Iorque aos 16 anos e sozinho, deixando os pais em Faro. Juntou-se aos tios e a Jorge, em Queens, onde começou por trabalhar numa empresa de canalizações. Não teve dificuldades de adaptação, até porque a área foi «colonizada» por milhares de portugueses. Rapidamente, ficou conhecido por «Shorty» (Baixinho) por causa do seu metro e 90 de altura.

Alistou-se na NYPD (polícia de NY). Não gostou da experiência, recuou e jogou de novo, agora na autoridade marítima, que integrava há menos de um ano. Após o casamento com Cristina Rodrigues, 23 anos, uma professora primária luso-americana, mudou-se para Long Island e teve dois filhos, uma menina de 7 anos e um rapaz de 4.

Na manhã de terça-feira, 11, saiu muito cedo, às cinco e meia da manhã, porque a viagem para a área financeira da grande cidade pode demorar duas horas e ele começa a trabalhar às oito. Mudara de turno no início do mês, para passar mais tempo com a família.

«Ele é um lutador. É inteligente e conhece bem aquilo. Vai aparecer», garante a mulher. Quando os filhos perguntam pelo pai, Cristina responde que está a ajudar as outras pessoas. O pai é um herói.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

He Changed Careers to Work With People
September 23, 2001

Port Authority Police Officer Antonio Rodrigues was not only a law enforcement official, he was an artist.

His wife, Cristina, said that at age 11 or 12, before immigrating with his family to the United States, he had several exhibits of his landscapes in his native Portugal.

But the picture that Cristina Rodrigues would most like to see is her husband walking through the door of their Port Washington home. Antonio Rodrigues, 35, was last seen in the basement of the World Trade Center just before the towers collapsed on Sept. 11.

An aeronautical engineer- turned-police officer, Rodrigues switched careers partly because it was difficult to find work in his field, but also because he liked to work with people. He joined the New York City Police Department about six years ago as a transit worker. Two years ago, he became a Port Authority officer.

Rodrigues was normally stationed at the Port Authority bus terminal near Times Square. But he and 14 other officers were sent downtown to help after the catastrophe.

"They told me that he had gone downstairs to the basement to pick up oxygen tanks."

Cristina Rodrigues met her husband about 15 years ago at a wedding at Huntington Town House. "He's very social," she said, "and very kind. He would help anybody."

The couple has two children, Sara, 7, and Adam, 4. Cristina Rodrigues has not given up hope, although she said, "As the days go by, it gets harder." But she added, "I believe in miracles, and I keep praying for him."

- Robert Fresco and Victor Manuel Ramos (Newsday)

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Antonio Rodrigues painted what he liked and he liked the water, so he painted scenes of the beach and of boats. He grew up in Portugal, in a town perched on the coast. When he married and settled near New York, he and his wife, Cristina, chose Port Washington, on Long Island, because they wanted to be near the balm of the water. Their two children, Sara and Adam, had no complaints.

Mr. Rodrigues, 35, had been a transit officer in New York but joined the Port Authority police force earlier this year. He designed a T-shirt for his graduating class, with a logo on one side and caricatures of graduates on the back.

He had been stationed at the Port Authority bus terminal, and when the attack occurred, he and 14 other officers commandeered one of the regular commuter buses and raced down to the trade center.

Much as he relished painting, Mr. Rodrigues had not done many canvases in a few years. Instead, he drew cartoons about his job. "He found a lot of things funny with his job," Mrs. Rodrigues said.

For instance, she said, one of the other officers at the academy was assigned to carry around a rock and take care of it. It became a running joke to inquire of this officer, "Where is your rock?"

So Mr. Rodrigues drew a cartoon about the officer and the rock. In sorting through the cartoons, Mrs. Rodrigues has decided to give some of them away to officers she feels would appreciate them. The officer with the rock is getting his.

Profile published in THE NEW YORK TIMES on November 20, 2001.
HOMENAGEM AOS BOMBEIROS DE N. Y.

FDNY 9/11 Tribute

(Carreguem no capacete que está do lado direito)
VÍTIMAS

Memorial
Manuel John Da Mota






Escrito por : Henrique Botequilha / VISÃO nº 446 20 Set. 2001 com Henrique Mano (em Nova Iorque), Luís Ribeiro, Miguel Carvalho e Paulo Pena

Uma reunião nas "janelas do mundo"

A decoração de alguns dos mais prestigiados restaurantes de Manhattan tem a mão de Manuel da Mota, 43 anos. O seu nome chegou a figurar em revistas da especialidade, garante Barbara da Mota, 36, paraguaia, grávida de três meses, que se recusa a acreditar na morte do marido.

Foi precisamente o prestígio profissional que levou este director de projectos de uma empresa de construção ao 107.º andar da torre 1 do WTC. Tinha uma reunião marcada com os donos do restaurante Windows of the World, que queriam fazer obras de ampliação. Chegou dois minutos antes de o primeiro avião se despenhar 20 pisos abaixo.

Meio mundo está de olhos posto, incrédulo, nas imagens do arranha-céus atravessado por um Boeing 767. Barbara faz parte da outra metade - tem a TV e o rádio desligados. Toca o telefone, é a mulher de Obedulio, um dos colegas que acompanhara Manuel à reunião. «Perguntou-me como estava, mas não me disse nada para não me preocupar», recorda.

Segue-se outro atentado e um desabamento, até as notícias lhe chegarem, através do telefonema de uma amiga: «Não sabes o que se passa? É o fim do mundo. Atacaram o WTC.» Não demorou nada para Barbara relacionar os atentados com o marido: «Dios mio, Manuel!»

Barbara liga para o seu telemóvel, mas este não dá sinal, contacta com Mark, um dos colegas de Manuel na Bronx Builders Inc. Mark confirma que o grupo estava no WTC à hora errada. Recebera um telefonema de Joshua, o terceiro elemento, pouco depois do primeiro impacto. Todos estavam bem e mantinham-se juntos.

Segue-se a derrocada das torres. Manuel da Mota está no grupo dos portugueses desaparecidos. Um poster com o seu nome, características físicas e contacto da família encontra-se agora junto de milhares de anúncios desesperados, colocados nos hospitais, nas vedações dos jardins, nas paredes dos prédios, nos postes de electricidade e nos semáforos.

Foi Barbara que andou a espalhá-los, na companhia de duas irmãs de Manuel, que estão emigradas no Canadá e que passaram a fronteira de automóvel mal souberam da notícia. Os documentos pessoais foram entregues às autoridades, dados de ADN e registos dentários também. Nada mais se pode fazer.

Passaram cinco dias sobre os atentados terroristas. Barbara da Mota fala com a VISÃO, na sua moradia na Valley Stream, um bairro calmo de casas elegantes, em Long Island. A sala parece confirmar os dotes de decorador do marido. Está cheia de familiares do casal, e Chris, 10 anos, o mais novo dos três filhos de Manuel (tem mais dois de um primeiro casamento: Justin, 21, e David, 19), corre de um lado para outro. O pior já passou, deixou de perguntar insistentemente pelo pai e de acordar sobressaltado durante o sono. Está a ser acompanhado por um psicólogo.

Apesar do tempo que decorreu desde a tragédia, e de o mayor de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, desmentir que alguém tenha sido descoberto com vida entre as ruínas, nos últimos dias, a família Mota recusa-se a acreditar que Manuel esteja morto. «Tenho muita esperança, sinto que ele está aí», diz Barbara. «Enquanto há vida, há esperança», acrescenta Carmelita Lopes, irmã do português missing.

Manuel Mota costumava dizer que não sabia de onde era: Portugal, África ou América? Nasceu em Vila Nova de Gaia, mas aos 7 anos fez as malas com o resto da família e partiu para Luanda, onde o pai tentava a sorte como professor. Com a descolonização, regressou a Portugal, mas não se demorou. Conheceu uma americana que gozava férias no país do sol e, pouco depois, levou-a ao altar em Nova Iorque, outro novo amor.

Trabalhou sempre no negócio da madeira. Chegou mesmo a constituir a sua própria empresa, em Newark. Não se deu mal, o sucesso levou a Bronx Builders a fazer-lhe um convite irrecusável. A empresa de Manuel seria integrada nessa grande companhia, em troca de uma participação na sociedade. Nesta fase, já estava casado com Barbara, que deixara Assunção para se radicar em NY.

O nome de Manuel Mota é bastante popular entre a comunidade portuguesa de Queens, onde viveu antes de se estabelecer no sossego de Long Island, há cinco anos. «Às vezes, as pessoas aqui têm uma tendência para serem egoístas e a se agarrarem ao dinheiro. Ele não era assim», afirma João Ferreira, 53 anos, dono do restaurante O Lavrador, em Jamaica, bairro de Queens.

Manuel era muito mais do que um cliente frequente, que ia ver o campeonato de futebol português, na RTP Internacional, ou o Benfica, na SIC. Foi ele que renovou as madeiras do restaurante, há oito anos, e quem se prontificou para ir recentemente à Pensilvânia comprar tábuas para um novo trabalho de carpintaria. Deveria ainda dar conselhos sobre as obras na casa de João Ferreira, em Barcelos, quando visitasse Portugal, no fim deste mês, numa segunda temporada de férias (entre os sete irmãos e muitos sobrinhos), depois de uma semana em casa com a família, nos dias que antecederam as acções suicidas.

Na bagagem, Manuel traria a boa nova da gravidez de Barbara. «Agora, só queremos uma notícia: saber se ele está vivo ou morto. A incerteza é desesperante», diz o sobrinho Luís Mota, electricista, residente em Carvalhais, Figueira da Foz. Luís ainda se lembra dos brinquedos que o tio mandava dos States, e que frequentemente apareciam nas páginas dos comics que via por cá. Diz-se «eternamente agradecido» ao Estado português, pelo apoio que a família tem recebido, mas de resto mete trancas à porta da privacidade. «Não quero que me vejam chorar frente às câmaras de televisão.»


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------

He Was to Oversee Job At Windows on the World
September 25, 2001

A millwork foreman at a Bronx-based building company, Manuel Da Mota did not work at the World Trade Center.

But on Sept. 11, the Valley Stream resident had a morning meeting on the 107th floor of Tower One, where he was discussing a project he was going to oversee for the Windows on the World restaurant.

Da Mota, 44, and some of his employees, have not been heard from since, but his wife and son still speak of him in the present tense, convinced that the doting father and attentive husband they know is alive.

"For me, he is not dead until they come and tell me 'here is his body,'" said Barbara Da Mota, his wife of 11 years. "Even though I went to Manhattan and saw all that is there, I have hope inside myself, unless I get the bad news."

Barbara Da Mota, who is 4 months' pregnant after many years of trying to have a second child, said their 10-year-old son, Christopher, feels the same way. Da Mota, she said, had recently taken a week off from work to spend time with them.

"He was so happy," she said, her voice breaking up. "... My son misses him a lot, because they are good friends. They speak all the time, like two adults."

Da Mota was born in Portugal, but he grew up mostly in the Republic of Angola. When he was about 21, Da Mota immigrated to the United States, first settling in New York City.

Within a year, Da Mota had a job at a SoHo woodworking shop, where he learned the residential and commercial aspects of the trade. In 1983, he moved to Hird-Blaker, a larger commercial firm in the city that does architectural woodwork.

By the time Da Mota left the firm to work on his own in 1987, he was supervisor of the machining and assembly departments.

His Brooklyn-based Woodlux Custom Woodworking did high-end restaurant and residential work, but, in 1994, Da Mota joined a larger company because he was losing the lease on his shop. He had been with Bronx Builders, supervising a staff of more than 25 workers, since then.

"Everybody loved him. He was so nice, so sweet," said Rohit Persaud, an employee who had worked with him since Da Mota owned his small company. "It's a pity that bad things would happen to such good people."

-- Victor Manuel Ramos (Newsday)
Carlos da Costa





Escrito por : Henrique Botequilha / VISÃO nº 446 20 Set. 2001 com Henrique Mano (em Nova Iorque), Luís Ribeiro, Miguel Carvalho e Paulo Pena

História de valentia

Carlos Costa, 41 anos, engenheiro electrónico na Autoridade Marítima, é outro dos portugueses que está por contactar desde o dia do atentado. Rita Costa, 37 anos, crê, porém, que em breve o marido vai sair com vida dos escombros do WTC. «Tenho muita esperança, ele sabe muito bem como as torres estão construídas e como se proteger», diz à VISÃO. «Resta apurar se ele sabia o que estava a acontecer.»

Segundo o relato da supervisora de Carlos, tudo aponta para que também este português tenha colocado a ajuda aos vizinhos da torre sul à frente da sua própria vida. Após o primeiro impacto, é avistado a descer as escadas, entre o pó e o fumo. Mas detém a corrida, há gente presa no elevador. Carlos e dois colegas tentam tirar as pessoas daquela prisão. Não se sabe se conseguiram.

Rita está em casa e prepara-se para sair para o emprego, numa escola primária, na cidade de Elizabeth, em New Jersey. As notícias saem em forma de imagens de terror da TV, que mantém ligada durante o pequeno-almoço. «Percebi logo o que se estava a passar.» Tenta telefonar-lhe. Ninguém atende. Tenta também a comunicação através do pager. Não receberá nenhuma resposta e, ao fim do dia, declara o desaparecimento do marido às autoridades.

Carlos da Costa é natural de Viseu e quando chegou, com os pais, à América tinha 9 anos. A família estabeleceu-se em Elizabeth. Foi lá que cresceu e fez os estudos, até ao liceu. Só saiu para completar o curso de Engenharia Electrónica, em Albany, a capital do Estado de Nova Iorque. Casou, em 1987, com Rita, natural da Mealhada, residente em Newark desde os 14 anos. Têm dois filhos: Carlos, agora com 14 anos, e Daniel, com 10.

Já há fotografias espalhadas em alguns locais, os elementos essenciais de Carlos estão nas muitas listas de desaparecidos nas páginas dos jornais e cadeias de televisão na Internet. Como os familiares de todos os outros desaparecidos, Rita ainda espera o toque do telefone ou o aviso de uma nova mensagem.

------------------------------------------------------------------------------------------------

Honoring a Heritage

All the houses on his block in the Elmora section of Elizabeth, N.J.. were well kept and aging in a graceful, uniform way. But Carlos DaCosta's property stood out, its individuality coming from a three-foot-high concrete and wrought iron fence constructed in the style of walls in Portugal.

That fence - the only one on that side of the street - was built by Mr. DaCosta and his father-in-law. Even after more than 30 years in the United States, Mr. DaCosta, who had been born in Portugal, showed off his native culture whenever possible. "There was a special place in his heart for Portugal," said his younger sister, Celeste. "He loved Portuguese culture, and Portuguese food." Mr. DaCosta, 41, regularly took friends to the Portuguese restaurants in Newark's Ironbound section. On special occasions, he would take Portuguese pastries to his office at the World Trade Center, where he was general manager of building services for the Port Authority.

Mr. DaCosta spoke only Portuguese at home to make sure that his two children learned the language, and he tried to make them aware of how big and diverse a world this is. "Carlos was fascinated by different cultures," said Antoinette Viana, a friend since high school. "He would take his kids anywhere that would seem different."

Profile published in THE NEW YORK TIMES on December 21, 2001.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

When he was 5 years old, Carlos Da Costa became intrigued with his sister's crying doll. So he took it apart, piece by piece.

"He dismantled my whole doll to figure it out," Celeste Matias recalled yesterday with a smile. She said her brother tried to put the doll back together again, with little luck.

"The eyes were not in the same place. There were pen marks all over her and she didn't cry anymore," Matias said. "I was very upset. I cried."

Their parents, Silverio and Ilda, stifled laughter while their 2-year-old daughter bawled and, finally, little Carlos, too, after realizing he hurt his sister.

His curiosity and gentle heart are what family and friends remember most about Mr. Da Costa, who died Sept. 11 in the terrorist attack on the World Trade Center. Mr. Da Costa, 41, of Elizabeth, was an assistant general manager of Building Services for the Port Authority of New York and New Jersey, his sister said.

"He was my big brother. He was everything to me," she said.

Born in Canas De Senhorim, Portugal, Mr. Da Costa was 10 when his family moved to Elizabeth.

"He was funny. He was always willing to extend a hand to help someone. He adored being around children and he was an excellent father," Matias said.

He also spent a lot of time playing golf with his nephew, Francisco, often taking him to driving ranges, and coached baseball for the Elmora Youth League in Elizabeth.

"We deeply mourn our beloved son," his mother said yesterday. "May he rest in peace."

Mr. Da Costa graduated Elizabeth High School in 1980 and Rensselaer Polytechnic Institute in Troy, N.Y., in 1984 with a degree in electrical engineering.

Besides his sister and parents, Mr. Da Costa is survived by two sons, Carlos, 13, and Daniel, 10; a nephew, Francisco, and a niece, Catarina.

A memorial Mass is scheduled for 3 p.m. Sunday at Our Lady of Fatima Church, 403 Spring St., Elizabeth.

Memorial donations can be made to the Elmora Youth League, Elmora Avenue, Elizabeth or to the Children's Specialized Hospital Foundation, 150 New Providence Road, Mountainside, N.J. 07092-9979.

Profile by Debra Dowling published in THE STAR-LEDGER.
WTC Tribute
Antonio Augusto Tomé Rocha





Escrito por : Henrique Botequilha / VISÃO nº 446 20 Set. 2001 com Henrique Mano (em Nova Iorque), Luís Ribeiro, Miguel Carvalho e Paulo Pena

"Tony" Rocha

Um último telefonema

«O nome do meu filho vai ficar na história da América», acredita Augusto Rocha, 58 anos, pai de António Rocha, 34, corretor na Cantor Fitzgerald Securities. A empresa ocupava os pisos 101, 103, 104 e 105 da torre norte do WTC, a primeira a ser atingida pelos pilotos suicidas. António estava no mais alto. «Estes ataques marcaram os EUA e vão mudar o mundo», diz Augusto, director bancário radicado na América há 30 anos.

Confirmando os piores receios da família, o corpo de Tony foi encontrado no domingo, 16, sob as ruínas das torres. Tony deixa a mulher, Marylin, uma luso-americana de 29 anos, e dois filhos: Alyssa, 3 anos e meio, e Ethan, de 6 meses.

Como todos os dias, naquela terça-feira Tony tinha entrado no escritório às seis da manhã. O seu trabalho, como chefe da sala de operações, depende dos fusos horários, recebendo informações dos mercados europeus para as transmitir às praças latino-americanas e asiáticas. Enquanto assiste de lugar privilegiado ao nascer do sol em Nova Iorque, comunica via Internet com um primo, residente em Aveiro. O diálogo acaba pouco depois das oito, momentos antes de um avião chocar contra o edifício.

Nesta altura, Augusto Rocha estava a iniciar o seu dia nas Bahamas, onde dirige uma unidade do Unibanco, do Brasil. O banho matinal é interrompido por uma chamada do filho mais novo, Jason, 21 anos. «Pai, pai, o WTC está a arder, o Tony está preso.» Augusto liga a TV e assiste ao segundo impacto em directo. Tenta marcar o número de Tony, mas este não atende. O seu último telefonema fora para Marylin: «Um avião bateu contra o WTC, há fogo, muito fumo, mas não te assustes...» A mulher não compreende as últimas palavras e deixa de o ouvir. «Devia estar atordoado com o fumo», crê Manuel Marques, 68 anos, o sogro.

Augusto, para chegar a Nova Iorque, começa uma saga que lhe levará quatro dias. Os aeroportos estão fechados e as comunicações são impossíveis. Conseguirá atingir Palm Beach, na Florida, de barco, onde esperará que o espaço aéreo seja restabelecido.

A responsabilidade de apurar o paradeiro de Tony cabe a Jason, bem mais perto dos acontecimentos, já que reside com a mãe, Rosa Rocha, no Soho. Dirige-se, rapidamente, para a mercearia de Alcina Tiago, 46 anos, amiga de duas décadas da família. Ela ainda está aterrada com aquilo a que acabara de assistir: «Uma bomba que passou por cima das nossas cabeças contra os prédios grandes.» Pela sua mercearia passa toda a comunidade portuguesa de Soho.

A baixa de Nova Iorque entra em estado de sítio. As pessoas desapareceram das ruas. Jason parte com o filho de Alcina, Patrick, 18 anos, à procura do irmão. Hospital atrás de hospital.

A família concentra-se na casa de Tony, num bairro elegante de East Hanover, em New Jersey. Quando Augusto Rocha chega finalmente, confirmam-lhe a morte do filho. O corpo já está identificado pelo cunhado, Chris Trucillo, com quem programara gozar férias nas Caraíbas, na segunda quinzena de Setembro.

Embora tenha crescido na América, Tony falava português sem sotaque. «Tinha uma fantástica capacidade de aprender e era muito forte em números, como eu, acho que pegou os meus genes», recorda o pai. Em 1994, já com o curso de administração de empresas concluído, Tony casou com Marylin Marques, na catedral de Newark. Namoravam há sete anos. Além de um homem de família, Tony tornou-se num respeitado corretor e, ao fim de uma ligação de oito anos à firma Garban Financial Market Securities, em Wall Street, aceitou o convite da Cantor Fitzgerald Securities. Esta empresa perdeu 700 dos seus mil funcionários, entre os quais o irmão do próprio presidente ? que revelou, num depoimento dramático, que só não estava no escritório porque se atrasou ao deixar o filho no colégio.

Augusto Rocha espera que antes de atacarem os árabes, os americanos «identifiquem os culpados e que os chamem, se possível, à justiça». Ele não quer que o filho entre na história pelos motivos errados.

-------------------------------------------------------------------------------------------------

Antonio Rocha a bond broker at Cantor Fitzgerald, met his wife 12 years ago at amutual friend's wedding.They have two young children. "He was a good person. He was a smart person," said his wifeMarilyn. "He loved his kids."

Rocha of East Hanover, N.J., also loved his job at Cantor, which he started in June. He previously had worked at another securities firm in the World Trade Center. Born in Portugal, Rocha was the handyman that family members counted on when thingsneeded fixing.
--The Associated Press

----------------------------------------------------------------------------------------------------

For Antonio Rocha, one of the best things about having kids was that it gave him an excuse to go back to Disney World. Mr. Rocha, who brokered bonds at Cantor Fitzgerald when he was not bonding with Goofy and Mickey, had made the pilgrimage three times with his wife, Marilyn, and once with his wife and daughter, Alyssa, and he looked forward to taking his son, Ethan, who was born last March.

"He was just a big kid," Ms. Rocha said. "One of the last things we did together was go down to Point Pleasant" - on the Jersey Shore - "and he rode on all the rides with Alyssa, the teacups and everything like that." Mr. Rocha, 34, loved to take Alyssa riding on the back of his bike near their home in East Hanover, N.J. He even played with Barbie dolls with her.

Of course Mr. Rocha had some slightly more grownup interests, too. He traveled all over the country to see Formula One car races. He loved to golf.

And he even approached his vacations with a certain degree of seriousness, planning every last detail. In mid-September, the Rochas were to take their first trip with Ethan, to St. Lucia. Marilyn Rocha still has the stack of hotel listings and restaurant menus. "I'm going to definitely try to take that trip someday," she said, "stay at the same hotel, eat at the same restaurants. It will be the easiest trip to plan."

Profile published in THE NEW YORK TIMES on January 6, 2002.